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"O TEXTO É A CIDADE"

"o texto é a ciDade"

       "Há uma outra dimensão de sua obra para a qual precisamos chamar a atenção. O que Benjamin fez foi somente investigar a cidade e tentar extrair sentido da vida urbana na modernidade parisiense do século XIX; a cidade é também o princípio organizador de seu material. O texto é a cidade. Ele observa: "Aquilo que é escrito é como uma cidade, para a qual as palavras são milhares de entradas".

       One way street, livro de Benjamin, é um exemplo dessa forma de construção que antecede o projeto inacabado das galerias de paris. O livro é uma coleção de aforismos construída como uma rua. O princípio organizador dos aforismos são as lojas, casas, placas, cartazes que se encontram numa rua. O leitor é convidado a passear pela rua, a entregar-se a uma pequena flanerie textual.

      O flaneur, portanto, não é apenas aquele que perambula pela cidade, algo a ser estudado. A flanerie é um método de leitura de textos, para ler os sinais e pistas da cidade. É também um método de escrita, de produzir e consumir textos." (FEATHERSTONE, Mike. O flâneur, a cidade e a vida pública virtual. In: ARANTES, Antonio. O Espaço da Diferença. 2000.)

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